SKOLY mergulha no legado de Michael Jackson com novo lançamento em Afro House

Skoly

Quando passado e presente dançam juntos

Num mundo musical cada vez mais saturado por tendências passageiras e produções descartáveis, há artistas que ousam ir além — e criam pontes entre tempos, culturas e emoções. É exatamente esse o caso do produtor e DJ SKOLY, que acaba de lançar seu novo trabalho: “MOEAIKE – What Is Control feat. Ed Begley w/ Liberian Girl (Skoly Edit)”, uma faixa que reinventa com maestria um clássico atemporal de Michael Jackson à luz do Afro House contemporâneo.

Unindo duas referências de universos distintos — “What Is Control”, com sua construção eletrônica imersiva, e “Liberian Girl”, um dos momentos mais delicados da discografia de Michael — SKOLY entrega uma releitura sofisticada, emotiva e profundamente dançante.

O resultado? Um edit que não apenas presta homenagem, mas propõe uma nova escuta: onde o coração do passado pulsa com o ritmo do presente.


Afro House como linguagem de futuro e herança ancestral

O Afro House tem se consolidado nos últimos anos como uma das vertentes mais criativas e expressivas da música eletrônica global. Com raízes profundas no continente africano e ramificações que se espalham por Europa, América Latina e além, o gênero combina percussões orgânicas, texturas hipnóticas e uma cadência que conversa diretamente com o corpo e a alma.

É justamente nesse território que SKOLY escolhe pisar para construir seu edit — um espaço onde batidas tribais e camadas atmosféricas se tornam palco para uma narrativa emocional, intergeracional e culturalmente potente.

Skoly

A alquimia sonora de “What Is Control” + “Liberian Girl”

Antes de entender o impacto desse encontro, é importante destrinchar os dois polos que se encontram nessa fusão.

“What Is Control”, faixa original de MOEAIKE com vocais de Ed Begley, traz uma sonoridade refinada, com base rítmica constante, sintetizadores envolventes e uma estrutura que convida à imersão. É música para pista, mas com alma — perfeita para quem busca mais do que apenas batidas.

“Liberian Girl”, lançada por Michael Jackson em 1987 no álbum Bad, é um tributo suave e romântico, marcado por harmonias doces, melodias sutis e uma interpretação vocal carregada de afeto. Sua introdução, com vocal feminino em suaíli e arranjo minimalista, é uma das mais reconhecíveis da obra do Rei do Pop.

Ao sobrepor essas duas dimensões, o Skoly Edit não apenas cria uma música nova — cria uma experiência sensorial onde o ouvinte transita entre o íntimo e o expansivo, entre memória e movimento.

Como nasceu o edit: SKOLY entre o feeling da pista e o respeito ao clássico

Segundo o próprio SKOLY, a ideia de unir “Liberian Girl” com uma base moderna de Afro House surgiu de uma inquietação artística: “Eu queria provocar uma resposta emocional genuína nas pessoas. Algo que tocasse a memória afetiva e, ao mesmo tempo, fizesse o corpo se mover.”

MOEAIKE WHAT IS CONTROL feat Ed Begley w, Liberian Girl (Skoly Edit)

A escolha de “What Is Control” como fundação rítmica foi estratégica. A faixa já carrega uma atmosfera envolvente e sofisticada, com espaço harmônico suficiente para acolher melodias externas. Sobre essa base, a inserção dos elementos melódicos e vocais de “Liberian Girl” acontece de forma quase cinematográfica, criando momentos de pausa, tensão e catarse.

Esse processo, segundo SKOLY, não foi apenas técnico — foi quase espiritual. “Mexer em uma música do Michael Jackson é mexer em uma parte da história da música. Tive muito respeito durante todo o processo. Era como se eu estivesse conversando com a essência da faixa original o tempo todo.”


Uma ponte entre gerações: de 1987 à pista de 2025

“Liberian Girl” é uma faixa que pertence a uma geração. Uma geração que cresceu ouvindo Michael Jackson como trilha de infância, adolescência e descobertas afetivas. Ao resgatar essa memória e inseri-la em um contexto rítmico atual, SKOLY reativa memórias que estavam adormecidas e as transporta para o presente.

Na pista de dança, o efeito é imediato: olhares se cruzam, sorrisos surgem espontaneamente e há um momento de reconhecimento coletivo quando os primeiros acordes familiares soam sobre o beat afro pulsante.

É nesse encontro de memórias e movimento que o edit se mostra mais poderoso: ele cria pertencimento. Ele conecta histórias. Ele atualiza sentimentos.


Afro House como território de remix e reconexão

Escolher o Afro House como linguagem para reinterpretar Michael Jackson não é apenas uma escolha estética — é uma decisão simbólica. O gênero carrega em si ancestralidade, ritmo tribal e uma espiritualidade que transcende o mero entretenimento.

Michael Jackson, por sua vez, sempre flertou com elementos rítmicos afro-diaspóricos — desde “Wanna Be Startin’ Somethin’” até os vocais quase xamânicos de “They Don’t Care About Us”. Há, portanto, uma afinidade estrutural e conceitual entre os dois mundos.

Ao fazer essa costura, SKOLY resgata e atualiza uma herança cultural, posicionando sua música dentro de uma linhagem que valoriza tanto a inovação quanto o legado.


A recepção: entre playlists e pistas, o impacto do Skoly Edit

Desde seu lançamento, o edit tem circulado entre DJs de Afro House, Deep House e Organic House, sendo tocado em sets no Brasil, Portugal, África do Sul e em festas alternativas pela Europa.

Nos comentários de vídeos e prévias compartilhadas nas redes sociais, os elogios convergem para a mesma ideia: “essa música me pegou de surpresa”, “emocionante”, “dancei com lágrimas nos olhos”.

Em tempos de inteligência artificial criando faixas em segundos e algoritmos moldando o consumo musical, há algo profundamente humano nesse edit. Algo que resiste à pasteurização digital da música eletrônica e convida à escuta com o coração.


Entre o sagrado e o profano: o corpo como instrumento de memória

Ouvir e dançar ao som de “What Is Control feat. Liberian Girl (Skoly Edit)” é, de certa forma, participar de um ritual. Um ritual onde memória, desejo e identidade se cruzam sob a forma de beat.

A estrutura da música é habilmente desenhada para criar picos emocionais. Há momentos de suspensão, em que o vocal de Michael Jackson flutua quase sem apoio harmônico. E então, repentinamente, a batida volta — firme, tribal, quase ritualística.

Esse contraste entre fragilidade e força é o que dá profundidade à faixa. É como se a música dissesse: “Sim, sentimos. Sim, dançamos. E tudo isso importa.”


o Edit como arte de escutar o passado com os pés no presente

Em um cenário onde muitos remixes servem apenas como exercícios técnicos ou tentativas de viralização, o trabalho de SKOLY se destaca por sua intenção artística clara: emocionar, respeitar, reinventar.

“MOEAIKE – What Is Control feat. Ed Begley w/ Liberian Girl (Skoly Edit)” não é apenas uma faixa de pista. É uma declaração artística. Um tributo ao legado de Michael Jackson. Uma celebração da linguagem afro eletrônica. E, acima de tudo, um convite ao ouvinte para dançar com o coração aberto.

Para quem ainda acredita que a música pode ser ponto de encontro entre mundos, gerações e culturas, este edit é mais do que uma faixa: é uma travessia.

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